segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Nem tudo acaba no fim...

"A noite cessara, deixando um golpe duro e frígido na superfície da secretária. E no meu coração."
Por hoje termino. Todos os dias termino e nenhum deles finda como eu gostaría: contigo.
Recordo não sei por que motivo a voz de minha mãe, as suas palavras, o cheiro a flor de laranjeira, da qual fazia chá para os nervos. Também com ela fui acostumada a sentir tudo e não poder dar nada. Agora, apenas consigo acariciá-la de permeio de um pequeno e ignóbil vidro, encaixe numa moldura com traços arcaicos. Que belo semblante tinha, que expressão sumptuosa, qual olhar triste que fixa em mim neste momento.
- Ninguém teve culpa. Não ficaram remorsos. Só subsiste um lugar oco na minha alma, no quarto que lhe era destinado, na posição na mesa de jantar que ninguém ocupa, no diminuto espaço que fica entre um abraço, aquele abraço que nunca lhe dei, minha mãe.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Cá está ele, lido e relido... Restou apenas a mágoa da inexistência da sua continuidade.